Motas

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Passeio Deauville 2005
(Crónica enviada para o grupo deauville_pt)

Caros companheiros,

Depois do fantástico passeio em que participámos (uns em pessoa e outros em espírito) lá tivemos de regressar a casa.

Este é o meu relato totalmente verídico e exaustivo das peripécias vividas por um intrépido grupo de motociclistas que têm a melhor mota do mundo, embora da próxima eu venha de "Pan ou FJR" ;-)

Correu tudo bem, embora o vento de frente no regresso tenha estragado um pouco a média e o conforto.

Resumo da viagem numa só palavra: Fantástica!

Resumo da viagem numas palavrinhas mais:

Ponto de encontro: Bombas da Galp da Encarnação.
Partida às 8h00m... 8h10m... 8h20m!
Parámos em Aveiras para descansar da emoção dos primeiros 40 km de viagem, com a desculpa de que nos íamos encontrar com alguém.
Partida às.... sei lá!

Em Tomar ficámos a conhecer montes de sítios engraçados para treinar as inversões de marcha.
Chegada ao Politécnico de Tomar às 10h45m!

Na albufeira de Castelo do Bode aprendemos a fazer inversões em terra batida e gravilha. E afinal era por outro sítio qualquer que se chegava à água.
Diz, quem foi à água, que parecia que estavam a tomar banho em sopa de massa sem massa.

Em Ferreira do Zêzere descobrimos que para ir a qualquer lado é preciso ir a Tomar (segundo as indicações dos locais)e nem sequer fomos convidados para o casamento que animámos na praça central. E a menina da Cepsa desejou-nos bom passeio, embora tenha ficado roídinha por não poder vir connosco!

Curvas, curvas, curvas, curvas, calor, calor, calor, calor...

Paragem no miradouro da pedra furada. Estava calor. Suponho que lá em baixo também estivesse. Sinceramente nem prestei muita atenção à paisagem por causa do frio que não se fazia sentir...

Antes de Abrantes passámos numa terra em que nunca antes tinham sido vistas motas (pelo menos a julgar pelos comentários).

Houve uns loucos que desataram a atravessar a ponte de Punhete (por que será que mudaram o nome para Constância) a uns desabridos 300m km/h, com as tampas do porta-luvas a gritar de pânico e a bater no botão da buzina que nem umas doidas (isso explica o constante buzinar da caravana), deixando para trás a Isabel "saco-sem-fundo" (que só não comeu o doce de pão porque o nome não era apetitoso) e o Rui nas bombas da Total acompanhados pelo Leitão careca da mota de cor indefinida.

Entre Constância e Tancos, a paisagem ficou um pouco mais sombria. Alguém resolveu bronzear as árvores e o mato.

Chegados a Tancos, com um calor infernal, só queríamos era água e sombra. Afinal até havia um oásis com sombra, água, passas e cajús. Chamava-se Restaurante Almourol e foi a nossa salvação!
A refeição soube-nos lindamente, mas acho que se nos tivessem posto terra à frente também a comíamos!
A voltinha no barco deixou-nos com o cabelo todo para trás, tal era a velocidade com que as árvores das margens nos ultrapassavam.

O passeio levou-nos a sítios muito bonitos, mas acho que alguém se esqueceu de pagar a conta do ar condicionado, porque fazia cá um destes calores! E ainda me hão-de explicar como é que só almoçámos às 16h20m!



Após horas de laboriosas contas concluí que até Ferreira do Zêzere gastei 4.6 litros por cada 100 km percorridos, mesmo com 80 kg de lastro. Esta foi a minha melhor média de sempre!
De Ferreira do Zêzere até Tancos, com muitas curvas em primeira (a caravana às vezes parecia um cortejo fúnebre de caracóis) e auto-estrada a velocidades proibidas com vento de frente, a média foi de 6.5 litros aos 100 km.
Felizmente que aos 170 km/h o avisador automático de excesso de velocidade entra em funcionamento, levantando a tampa do porta-luvas esquerdo que desata a adejar furiosamente. Será que a Honda quis dotar a Deauville com um travão aéreo mas não sabia onde o havia de montar?
É certo que a M.ª João quis entrar no espírito Deauville de tal maneira que a Virago, acima dos 100 km/h, começava a abanar o espelho esquerdo (à falta de tampas de porta-luvas, o espelho é o mais próximo que se arranjou).

De casa a casa fiz 404 km e gastei 22 litros daquela coisa pintada de roxo que nos vendem a peso de ouro e ainda nos pedem para tirar as luvas e o capacete (e as botas, no caso dos gajos da HD), o que dá 5.4 litros aos 100 km de média final.

A montada chegou aos 36000 km e estou a mentalizar-me que tenho muito coisa para fazer nesta revisão (mudar velas, filtros, líquido do radiador, óleos do motor e travões, sincronizar os carburadores, afinar as folgas das válvulas, etc, etc). Já agora: já alguém conseguiu soltar o raio do tubo que liga o depósito à bomba de combustível? É que mudar o filtro de ar e as velas sem tirar o depósito todo, é um bocadito complicado...

Este foi o meu primeiro passeio em grupo a sério e só posso dizer que é uma experiência a repetir.
A M.ª João, na sua Virago também fez a sua estreia nos passeios (foi tirar as teias de aranha da 535) e adorou!

Até ao próximo passeio (que se calhar até sou eu a organizar)!
Que me dizem a uma voltinha a terminar na Serra d'Aire e a começar em Vilar Formoso, só em estradas secundárias, terciárias, quaternárias e jurássicas?


Um abraço,

Afonso Loureiro (com a sua fabulosa t-shirt de Super-Homem - o anti-depressivo de aplicação externa!)

Deauville 'RR' aos SS