Biografia e notas pessoais

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Capítulo Primeiro

também conhecido como Introdução,
onde se apresenta a personagem principal

 

    Como já devem ter percebido, chamo-me Afonso Loureiro. Mas não é só. Antes de Afonso vem Manuel, sim sou «Manel». Antes de Loureiro e depois de Afonso, naturalmente, tenho ainda mais três nomes - Lages Braz Vargas. Sim, podem chamar-me os nomes todos, desde que façam parte da lista...

    Ao que consta, nasci às 10h15m duma sexta-feira. Dizem que foi ao segundo dia de Junho do, já longínquo, ano de 1978... E isso faz com que eu tenha agora... bom, já sou maior. E dizem-me que foi em Oeiras, mas não sou capaz de confirmar... a memória já me começa a falhar quando ando tanto para trás.

    Tirando umas estadias mais ou menos prolongadas no Hospital D. Estefânia, sempre morei em Queluz, num cantinho sossegado.

    A minha primeira recordação foi a de três estranhos homens, ricamente vestidos montando camelos, entrarem na maternidade à procura de um burro e de uma vaca. Como estavam com pressa por se terem perdido quando seguiam uma estrela (que afinal era de néon) resolveram deixar-me três presentes sem se preocuparem com os animais. Ainda tenho um dos presentes - um urso de peluche.

    Dizem as crónicas que andei na escola. Se andei ou não, ainda não é certo pois as duas grandes correntes de pensamento que me estudam ainda não chegaram a acordo.
Há, no entanto, relatos fidedignos de que fui avistado no meio do Atlântico a tocar flauta, em período escolar... e, simultaneamente, a ser adorado por milhões de fiéis numa qualquer cidade da Península Arábica, dizem que é por causa do Ouro, Incenso e Mirra que recebi quando pequeno - mas acho que isto são boatos lançados por uns tais de Gaspar, Baltazar e Melchior - dizem que sou filho de alguém famoso...
O certo é que sei ler e escrever e até nem sou muito incapaz com as contas de sumir.

    Ainda não sei bem como, mas dei comigo finalista do Curso de Engenharia Geográfica da Faculdade de Ciências de Lisboa. Acho que devo ter andado muito distraído...

    Nos Manuscritos do Mar Morto referem a minha incapacidade para resistir a chocolate preto. Reconheço que sofro desse santo vício, com muito orgulho.

    Sou conhecido, cá em casa, como aquele que se esquece dos recados todos. Assumo que é verdade, mas não sou o único a culpar - se sabem que me esqueço, porque continuam a insistir?

    Tenho uns gostos musicais bastante estranhos, que vão desde Shankar Mahadevan a Loreenna McKennitt - eu disse que eram estranhos.

    Já fiz parte de Selecção Nacional de Tiro com Arco embora, por causa do estudo, me tenha afastado um pouco do desporto - nota-se pela barriga a crescer...

    Tenho um certo fascínio por mapas, penso que herdado do meu pai. Em especial os mapas medievais, com todo o seu repertório de monstros e assombrações...

    Desde pequeno que quis conhecer África. Não sei se por o meu avô lá ter estado no princípio do Século XX, durante a 1ª Guerra Mundial - à conta desses 6 anos devo lá ter alguns tios...

 

Queluz, 28 de janeiro de 2002
91 anos depois do decreto que declarava os feriados
Republicanos os mesmos que os Monárquicos